É na tenra idade que a cultura cinematográfica de Abel Ribeiro Chaves se começa a definir. Com apenas 11 anos (1969) vai viver para os Açores com seu Pai, facto que o priva do tempo com os amigos e da televisão, à época, inexistente na região insular. O Cinema foi o escape que encontrou, dividindo os seus dias entre a escola e as salas de cinema.  

Mantém-se próximo dos filmes quando, cinco anos depois, em Outubro de 1974, regressa a Portugal Continental e começa a trabalhar como arrumador em salas de cinema. Não só sentava as pessoas nos seus lugares, bem como, ele próprio, não descartava a oportunidade para ver o filme em cartaz, uma e outra vez.  

A vida seguiu o seu rumo e, depois de alguns negócios e muitas viagens, em 1985 funda a loja Bazar do Vídeo. Numa fase inicial, começa por ser um clube de vídeo onde também se alugavam câmaras de filmar. Um sítio peculiar, visto ser porventura o único clube que alugava filmes de autor, dos grandes realizadores independentes contemporâneos. Era o próprio que, aproveitando as viagens pela Europa, trazia obras cinematográficas que simplesmente não chegavam a Portugal.  

O Bazar do Vídeo começa assim a ser frequentado por profissionais da indústria: realizadores, directores de fotografia, técnicos, etc. – um ponto de encontro da comunidade cinéfila, onde se alugavam, compravam e discutiam filmes. Nomes como José Fonseca e Costa, João Botelho, Pedro Costa, Joaquim Leitão, Edgar Pêra – entre muitos, muitos outros – eram presença assídua. O próprio João Salaviza, ainda muito pequeno, acompanhava o pai, Edgar Feldman, nas frequentes visitas à loja. Ao longo de mais de 30 anos, o Bazar do Vídeo mantém esta relação próxima com o mundo do cinema e consolida o seu negócio, até hoje, na área da venda e aluguer de equipamento de vídeo, fotografia e som.  

A relação de Abel Ribeiro Chaves com o cinema atinge o auge quando adquire a empresa Sociedade Óptica Técnica - OPTEC, Lda (então dedicada à importação de equipamento óptico para cinema e fotografia) e, em 2001, a transforma numa estrutura de produção ligada ao cinema – OPTEC Filmes, ano em que realiza a sua primeira produção, (Lua Azul). Nos anos seguintes, abraça um conjunto de projectos em regime de coprodução. Em 2006, ganha o prémio Melhor Curta-Metragem, DocLisboa, com uma produção OPTEC Filmes. É também neste ano que inicia com o realizador Pedro Costa uma parceria que consolida, até à data, um estimulante percurso de produção devidamente reconhecida com prémios alcançados um pouco por todo o mundo.  

Hoje, além do cinema, Abel Ribeiro Chaves conjuga a paixão pelas artes performativas com a gestão de projectos, com incursões em produções de teatro, dança e em museus, enquanto consultor em soluções integradas de áudio e vídeo para artistas contemporâneos.

It is from a tender age the Abel Ribeiro Chaves's cinephile culture begins to define itself. With only 11 years old (1969) moves to the Azores with his father, fact that deprives him of time with his friends and television, inexistent at that time on the Azores. Cinema was the escape he found splitting his days between school and cinemas. 

He stays close to film when five years later in October of 1974 returns to continental Portugal and begins to work as a cinema usher. He would not only get people in their seats but he would also try and watch the film that would be playing every time he could, again and again.

Life carried on, and after a few businesses and many travels, in 1985 he establishes the Bazar do Video store. At an early stage it began by being a video-club where one could also rent video cameras. A peculiar place, because it was probably the only place that rented author cinema, by some of the greatest contemporary independent filmmakers. Abel himself, among his travels through Europe, would bring these films with him because they simply would not be screened in Portugal. 

Bazar do Video then begins to be attended by the film industry professionals: director, cinematographers, technicians, etc – a meeting point for the cinephile community where they would rent and buy equipment and also discuss films. People like José Fonseca e Costa, João Botelho, Pedro Costa, Joaquim Leitão, Edgar Pêra, among others, were a usual presence at the store. João Salaviza, still very young used to come a lot to the store with his father, Edgar Feldman.

Over the past 30 years Bazar do Video keeps this close relationship with the film world and consolidates its business in the area of commerce and rental of video, photo and sound equipment. 

Abel Ribeiro Chaves's relationship with cinema reaches its peak when he acquires the company Sociedade Óptica Técnica OPTEC, Lda (back then devoted to the import of optical equipment for cinema and photography) and in 2001 transforms it into a production structure for film -OPTEC Filmes, year in which he completes his first production, (Lua Azul). In the following years he embraces a set of projects for coproduction. In 2006 wins the award for Best Short Documentary in DocLisboa International Film Festival. It is also in 2006 he begins with Pedro Costa a partnership consolidated so far with an encouraging production career, recognized with many awards received all over the world.  

Today, besides film, Abel Ribeiro Chaves combines his passion for performative arts with project management with incursions into theatre, dance and museums while being a consultant in integrated video and audio solutions for contemporary artists.

PRÉMIOS / DESTAQUES:

+ Melhor Filme Estrangeiro (prémio atribuído ao produtor)

Munich Film Festival 2015, Alemanha

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Realizador

Festival del Film Locarno 2014, Suíça

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

Prémios em festivais internacionais - produções:

+ Cineasti del Presente - Menção Especial

LOCARNO - Festival Internacional de Cinema 2017, Suíça

VERÃO DANADO, de Pedro Cabeleira

+ Grande Prémio "The Robert and Frances Flaherty Prize"

YAMAGATA International Documentary Film Festival 2015, Japão

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Filme, Melhor Cinematografia, Melhor Performance

MELBOURNE International Film Festival 2015, Austrália

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Filme Estrangeiro

MUNICH Film Festival 2015, Alemanha

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Prémio Especial Competição Internacional

FILMADRID Festival Internacional Cine 2015, Espanha

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Fotografia

Prémio da Associação Brasileira de Críticos

CINE PE Festival do Audiovisual 2015, Brasil

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Filme

IBAFF - International Film Festival of Murcia 2015, Espanha

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Menção Especial para Cinematografia

MAR DEL PLATA International Film Festival 2014, Argentina

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Prémio de Melhor Filme da Competição Internacional

ATHENS AVANT-GARDE Film Festival 2014, Grécia

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Realizador

Prémio da Federação Internacional de Cineclubes

LOCARNO - Festival Internacional de Cinema 2014, Suíça

CAVALO DINHEIRO, de Pedro Costa

+ Melhor Curta-Metragem Portuguesa

CURTAS Vila do Conde 2011, Portugal

O NOSSO HOMEM, de Pedro Costa

+ Melhor Imagem para Curta-Metragem

IndieLisboa 2010, Portugal

Festival Internacional de Cinema Independente, Portugal

O VERÃO, de João Dias

+ Melhor Documentário Português

DOCLISBOA - Festival Internacional de Cinema 2007, Portugal

Festival Internacional de Cinema, Portugal

AS OPERAÇÕES SAAL, de João Dias

+ Melhor Documentário Etnográfico Europeu

DIALEKTUS Festival 2007

European Documentary and Anthropological Film Festival, Hungria

11 BURROS CAEM DE ESTÔMAGO VAZIO, de Tiago Pereira

+ Melhor documentário português de curta-metragem

DOCLISBOA - Festival Internacional de Cinema 2006, Portugal

Festival Internacional de Cinema Documental

11 BURROS CAEM DE ESTÔMAGO VAZIO, de Tiago Pereira

Prémios em festivais internacionais - coproduções: 

+Prémio de Melhor Filme da Competição Portuguesa

Prémio Doclisboa, Portugal 2018

Festival Internacional de Cinema Documental

TERRA, Hiroatsu Suzuki, Rossana Torres

+ Grande Prémio Internacional para melhor filme

CURTAS Vila do Conde, Portugal 2017

FARPÕES BALDIOS, de Marta Mateus

+ Grande Prémio Internacional

HIROSHIMA International Film Festival, Japan 2017

FARPÕES BALDIOS, de Marta Mateus

+ Prémio Rising Star

CANADA International Film Festival 2015, Canadá

O primeiro Verão, de Adriano Mendes

+ Prémio para o melhor Som

OVARVÍDEO - Festival de Vídeo de Ovar 2007, Portugal

LIANOR, de Edgar Feldman e Bruno Bravo

+ Prémio Filmcritica Bastione Bianco

TORINO Film Festival, Itália, 2005

VANITAS, de Paulo Rocha

+ Prémio FIPRESCI (Federação Internacional e Críticos de Cinema)

Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente 2004, Argentina

ANTES QUE O TEMPO MUDE, de Luís Fonseca

+ Prémio Especial do Júri / Prémio Revelação

Festival de Cinema Luso-Brasileira de Santa Maria da Feira 2003, Portugal

ANTES QUE O TEMPO MUDE, de Luís Fonseca

Prémios em festivais internacionais - produções associadas: 

+ Melhor Documentário, Prémio do Público

+ Menção Honrosa do Júri Internacional de Cineclubes

CAMINHOS do Cinema Português 2011, Portugal

José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

+ Melhor Realizador

CINEPOR – Festival de Filmes de Língua Portuguesa 2011, Brasil

José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

+ Filme de Abertura / Opening Film

DOCLISBOA - Festival Internacional de Cinema 2010, Portugal

José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

+ Prémio do Público Audience Award

Mostra Internacional de Cinema de Portimão 2010 - Visões do Sul, Portugal

José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

+ Prémio do Público Audience Award

Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2010, Brasil

José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

NOTA: Todos os filmes da Sociedade Óptica Técnica - OPTEC são produzidos por Abel Ribeiro Chaves, pelo que seria redundante incluí-los nesta lista. Destacamos antes os prémios alcançados.